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Todos somos/podemos ser líderes

Desde tempos imemoriais que existe o culto do líder. Reis ou imperadores, heróis, políticos e empreendedores, são pessoas com personalidades fortes, visionárias, e são capazes de inspirar, até mesmo de eletrizar, através das suas palavras. Admiramo-los como se se tratassem de seres sobrenaturais.

No entanto, esta perspetiva está desatualizada e incompleta. Com a democratização do poder e o esbatimento das classes sociais, todos podemos ser líderes nos contextos em que nos movimentamos. Nas empresas, várias pessoas além do diretor geral podem sê-lo nas suas respetivas equipas. Nas nossas famílias, um pai ou mãe são líderes que guiam os seus filhos pelas escolhas e decisões que têm de tomar ao longo das suas vidas. Em diversos projetos, viagens ou festas há imensas oportunidades para qualquer pessoa ser líder.

Há que distinguir o líder do gestor. De uma forma simples, um gestor gere os seus colaboradores de forma muito próxima, trata-os como “recursos”, “cabeças” (headcount) ou “tropas”, garante o cumprimento de objetivos de curto prazo, e tenta alcançar e manter o maior controlo possível. Já o líder cria uma visão abrangente e inspira outros e implementar essa visão como se fosse sua. O líder cria o contexto e condições propícias para que os objetivos sejam cumpridos, mas não se distrai com o curto prazo. Dá liberdade para que os seus colaboradores criem a melhor forma de chegar ao objetivo.

Um contexto muito em voga em anos recentes em Portugal com imensas oportunidades de liderança é o da organização de eventos. Alguns fatores de distinção: são experiências com uma visão muito simples e clara; a organização não exige recursos dispendiosos ou de difícil acesso; a atividade é realizada em paralelo com as atividades principais dos envolvidos; e em muitos casos o trabalho apoia-se no voluntariado e boa vontade. Mesmo em contexto de pandemia, que veio afetar estes eventos, outros surgem em formato online.

Para liderar equipas não bastam bons gestores, que se baseiam nos habituais incentivos como o salário, e ferramentas de gestão como indicadores de desempenho e avaliações de colaboradores. Pelo contrário, são necessários líderes que consigam garantir o envolvimento de todos os elementos das equipas apesar de não haver estes incentivos e sem ferramentas de gestão tradicionais. Se num trabalho remunerado um gestor pode impor algo a um colaborador, um líder inspira à ação; os colaboradores são auto-motivados porque compreendem o a razão do seu envolvimento, que é invariavelmente intenso numa atividade que lhes ‘rouba’ os tempos livres e muitas vezes sem direito a um ordenado.

Qual é então o segredo da liderança? Muito fácil: propósito. O significado do resultado final desse trabalho. Partilhe a razão por trás do que faz. Mova-se por um motivo engrandecedor e inspirador e os seus colaboradores encontrarão uma auto-confiança e auto-motivação de uma forma que nenhum outro fator é capaz. Em suma, seja o herói que todos esperam de si.

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